Ocultas no fundo de uma caixa de memórias e carregadas de curiosidade, algumas letras entorpecidas refazem o sentido dos velhos cartões, enfeitados com um idioma delicado.
Um idioma pronunciado somente em finais de ano.
Palavras maquiadas de esperança e desejo que, entre uma frase outra, vão encorpando a capa e o centro de pequenos e grandes bilhetes.
Palavras maquiadas de esperança e desejo que, entre uma frase outra, vão encorpando a capa e o centro de pequenos e grandes bilhetes.
Com um sabor quente de saudade e delineados por uma demasia engraçada, os cartões musicais de finais de ano abraçam o ambiente com um timbre baixo e afinado.
É chegada a hora.
O fim de ano anuncia e os cartões respondem.
É tempo de filtrar a singeleza da vida, reciclar as amizades e trocar um amor desbotado.
É chegada a hora de frear a pressa, desacelerar o arrependimento e, adormecendo os medos, selar um compromisso com o acaso.
É o momento de se concentrar para entrar em cena.
O ano novo já ensaia os detalhes finais de um roteiro desconhecido.
Agora, o grande desafio é abafar as vozes da ansiedade e sentir o pulsar firme da concentração.